O autoconceito constitui uma dimensão nuclear no âmbito do processo de ajustamento psicossocial de crianças e adolescentes em situação de risco (social e neurodesenvolvimental). O objetivo deste estudo é compreender a influência de variáveis ​​sociodemográficas e ocupacionais no desenvolvimento do autoconceito em alunos com dificuldades desenvolvimentais e sociais, com o intuito de delinear estratégias socioeducativas que promovam o seu desenvolvimento pessoal e social. Trata-se de um estudo exploratório e transversal, utilizando uma amostra não probabilística e de conveniência, composta por 124 alunos de risco  da região norte de Portugal, com idades compreendidas entre os 13 e os 17 ano (média 14.64±1.28. Os instrumentos de recolha de dados foram: questionário sociodemográfico e escala de autoconceito. Os resultados mostram que existem diferenças estatisticamente significativas no autoconceito, em função do tipo de risco, sexo e participação em atividades de lazer e tempos livres. Em linha com a literatura científica, os resultados reforçam o papel do autoconceito como fator central nos processos de desenvolvimento de crianças e adolescentes, funcionando como um poderoso protetor de condições sociais e familiares adversas. Neste contexto, ações e programas socioducativos sistemáticos podem potenciar dimensões do desenvolvimento relevantes para o bem-estar de crianças e adolescentes. Não obstante o contributo do estudo para a compreensão do funcionamento do autoconceito em adolescentes em risco, é necessário prosseguir esta linha de investigação com metodologias distintas e amostras mais amplas.