O mundo enfrenta atualmente enormes desafios ambientais, causados pela sobre-exploração dos recursos naturais, com consequências negativas acentuadas nos ecossistemas, no clima, e na vida de populações humanas cada vez mais numerosas. A educação para o desenvolvimento sustentável tem vindo a ganhar, por isso, uma relevância cada vez maior, com o objetivo de contribuir para o aumento da participação cidadã, e para mudanças nas políticas e nos processos de governança à escala global. Apesar desse esforço e da sensibilização e educação promovidas, a preocupação com as questões ambientais não tem sido tão profunda, comprometida e generalizada quanto o desejável. O estudo das atitudes face ao ambiente, tendo em vista melhorar o conhecimento e compreensão dos fatores que influenciam a sua diferenciação é, portanto, muito importante e atual. O presente estudo investigou as atitudes ambientais em estudantes rurais e urbanos, com idades situadas na adolescência, inicial e média. A recolha de dados foi feita com base em dois questionários, adaptados para a população portuguesa: o Environmental Attitude Inventory (EAI-24) e a Adolescents Environmental Attitude Scale (AEAS). Essas escalas foram aplicadas a 1.262 alunos (53,7% mulheres). Os resultados mostraram uma diminuição das atitudes ambientais de cariz ecocêntrico e um aumento das atitudes antropocêntricas, da adolescência inicial para a adolescência média; estudantes urbanos apresentaram atitudes mais favoráveis nas dimensões antropocêntricas e uma não diferenciação nas dimensões ecocêntricas. Interações estatisticamente significativas também foram encontradas nas atitudes ambientais quando analisadas simultaneamente de acordo com a idade e a área geográfica. Os resultados encontrados permitem aprofundar o conhecimento sobre as variáveis que influenciam as atitudes ambientais ao longo da adolescência, bem como sobre as diferenças que essas fases da vida evidenciam quando se comparam as atitudes de estudantes rurais e urbanos. As implicações dos resultados para a investigação e para a educação são discutidas.