Nos últimos anos temos assistido a grandes transformações dentro do contexto do ensino superior, principalmente na massificação ao seu acesso, o que corresponde a um aumento da heterogeneidade entre os estudantes e, consequentemente, a uma maior diversidade sociodemográfica e diferenciação das trajetórias escolares, dos conhecimentos de base, das capacidades e dos motivos dos estudantes. É, desta forma, fundamental conhecer estas diferenças para que se possa proporcionar uma melhor transição e ajustamento a esta etapa de vida. Neste sentido, a mentoria entre pares tem-se revelado uma ferramenta essencial na facilitação e suavização dos processos de transição do secundário para o universitário, permitindo ao novo estudante criar laços de amizade, desenvolver um sentido de pertença à instituição e munir-se de recursos pessoais e interpessoais que lhe permitam experienciar este novo desafio de forma adaptada e gratificante.

Pretende-se com este trabalho avaliar o impacto da mentoria entre-pares ao nível da motivação académica, da auto-estima, das vivências académicas e do sucesso académico. Efetuaram-se três momentos de avaliação, no início, no meio e no fim do programa, utilizando os instrumentos seguintes: EMA (Escala de Motivação Académica), QVA-r (Questionário de Vivências Académicas – forma reduzida) e o SPPCS- Self-Perception Profile for College Students.

Os resultados obtidos confirmaram todas as hipóteses de investigação por nós colocadas, a mentoria entre pares apresenta benefícios ao nível da motivação académica dos estudantes, do autoconceito e da auto estima, das vivências académicas e do sucesso académico. Neste sentido, concluímos que a mentoria entre pares é uma ferramenta útil que contribui de forma positiva na integração e adaptação dos estudantes, nomeadamente quando chegam ao ensino superior.