A literatura tem vindo a alertar para a necessidade de valorizar processos, e não apenas resultados, na investigação e prática do sucesso académico. Tem também sugerido a importância de aprofundar conhecimento sobre a sua associação com processos emocionais. Este estudo analisa se a autorregulação emocional constitui um fator pessoal do envolvimento de pré-adolescentes na escola. Participaram 394 pré-adolescentes de ambos os sexos (Midade = 10.9), que responderam a um Questionário de Caracterização Sociodemográfica e Académica, à Escala Quadri-dimensional de Envolvimento dos Alunos na Escola, e ao Questionário de Regulação Emocional para Crianças e Adolescentes. Efetuaram-se análises de regressão linear múltipla, com as estratégias de autorregulação emocional redireccionamento cognitivo e supressão emocional como variáveis explicativas, e o envolvimento cognitivo, comportamental, afetivo e agenciativo na escola como variáveis resultado. Os resultados sugerem que o redireccionamento cognitivo constitui uma variável explicativa estatisticamente significativa de todas as dimensões do envolvimento na escola. Por outro lado, a supressão emocional configura uma variável explicativa estatisticamente significativa do envolvimento afetivo e agenciativo. Encontraram-se correlações positivas do redireccionamento cognitivo, mas negativas da supressão emocional com as referidas dimensões de envolvimento na escola. Estudos futuros poderão adotar um desenho longitudinal para identificar variações na autorregulação emocional e o seu impacto em processos académicos. A prática psicológica poderá incidir na promoção de competências emocionais, nomeadamente de estratégias adaptativas de autorregulação emocional como o redireccionamento cognitivo, junto de crianças e jovens. Poderão também ser dinamizadas ações que sensibilizem encarregados de educação e docentes para uma visão integradora do sucesso académico.