Os modelos de intervenções focadas em estratégias são considerados dos mais eficazes no ensino da escrita de textos em alunos com diferentes características e em diversos contextos educacionais internacionais (Butler, 1998; Graham & Harris, 2017; Robledo- Ramón & García, 2017).  A instrução de estratégias de escrita fundamenta-se nos modelos dos processos cognitivos envolvidos na escrita proficiente que inclui a planificação, a composição e a revisão, além de processos autorregulatórios (Hayes & Flower, 1980).

Nesta senda, realizou-se um estudo, de carácter quase experimental, que assenta nas estratégias do modelo Self-Regulated Strategy Development (SRSD) (Harris et al., 2008) referentes à planificação do texto de opinião e do texto expositivo e que foram adaptadas para a língua e contexto portugueses. Este tinha como objetivos testar a eficácia do ensino de estratégias de escrita e de autorregulação, em alunos do 8.º ano de escolaridade, bem como melhorar as competências de escrita e a sua instrução de forma a contribuir para a diminuição de uma causa importante do insucesso escolar.

 Constituíram-se dois grupos de comparação (n=176) com duas condições diferentes: cada um trabalharia, exclusivamente, um dos tipos de texto em estudo- Grupo do Texto de Opinião (n=61), Grupo do Texto Expositivo (n= 115). Desenvolveram-se 12 sessões de ensino explícito de escrita, para cada grupo, que foram lecionadas nas aulas de Português pelas professoras da disciplina. Aplicaram-se escalas para aferir a satisfação dos alunos –QSAP– e o envolvimento destes na escola –EEAE– (Veiga, 2013), numa fase pré e pós intervenção.

Os resultados obtidos nos três momentos de avaliação (pré-teste, pós-teste, follow-up) indicam que ambos os grupos apresentaram diferenças estatisticamente significativas que favorecem apenas o tipo de texto que estudaram, indiciando que estes aprenderam as competências de planificação e redação ensinadas e as aplicaram com sucesso na composição escrita de textos.