O presente trabalho parte de uma experiência empírica de produção de vídeos, pelos estudantes da área de saúde do IPB, para a promoção da saúde de pessoas idosas, com foco nos estudantes das universidades sêniores. Parte-se do pressuposto que o contacto com as artes desenvolve sistemas neurais que geralmente levam meses e anos para serem aperfeiçoados, mas que, os benefícios, quando aparecerem, serão espalhados por todo o espectro de habilidades humanas, desde as motoras finas até à criatividade e equilíbrio emocional. Sem retirar nenhum valor ao essencial conteúdo científico dos curricula, pretende promover-se uma melhoria no bem-estar global do público sênior, um despertar de novos códigos discursivos e assuntivos, para maximizar a disponibilidade para aprender as temáticas importantes ao cuidado de si.

Para tanto, disponibilizou-se metodologias de produção audiovisual, que resultou na feitura de pequenos vídeos para a assunção de uma vida saudável. Segundo Lévy, “El intelecto colectivo construye y reconstruye su identidad por intermedio del mundo virtual que lo expresa.” (p. 91). Por sua vez, Luhman (2018) reflete que é possível caracterizar uma sociedade pelas vias da transformação semântica que ela leva a cabo para continuar existindo, pois depende de sentido, sem o qual as comunicações não se completam. Para isto, foi preciso lançar mão de metodologias visuais que dessem conta do (1) contexto da produção (quem? quando? para quem? por que?), (2) o contexto da própria imagem (significados visuais), e (3) o contexto da receção (audiência; como é interpretada?).

Por fim, apresentar-se-ão os resultados dessa investigação aplicada, sua reverberação nas redes sociais e a perceção dos alunos quanto à metodologia, temática abordada e experiência propostas, através da arte.